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Um dia, foi contratado por um fazendeiro do Mato Grosso para dar cabo de um desafeto (Ricardão). O cara, de tão folgado, resolveu se engraçar com Ritinha, esposa do fazendeiro. O pior é que, dizem as más lÃnguas, Ritinha não se fez de rogada. Ouvindo com atenção as chorumelas do chifrudo, lá pras tantas, interrompe a conversa dizendo:
– Pode parar que eu já tô com muita raiva do dito cujo. Só quero que o senhor me arrume um “retrato” do sem-vergonha e safado, para que eu possa fazer o serviço completo. Também preciso de um adiantamento para as despesas. O restante o senhor paga quando o trabalho for concluÃdo
O “ofendido” entregou então, várias fotos do cara. Uma de corpo inteiro, outra 3×4, uma de perfil, uma numa pescaria. Resumindo, entregou 7 fotos para o dito cujo.
Vários meses se passaram sem que o conterrâneo desse notÃcias. O “ofendido” chegou a imaginar que tinha levado um calote.
Um dia, já noite alta, ele atende alguém que bate na porta da sua casa. Era o conterrâneo que veio dar notÃcias.
– Seu doutor, a coisa está indo muito bem com a ajuda dos retratos que o senhor me deu. Puxou da algibeira a coleção dos retratos que tinha recebido e completou a fala: estes seis eu já liquidei e já estão no quinto dos infernos comendo terra com formiga. Tá “fartando” só este unzinho (mostrou a foto do cara na lancha), que a qualquer hora eu desentoco e “mando ele” fazer companhia aos outros seis.
РCarece ṇo companheiro, pelo andar da carruagem vai faltar cemit̩rio para tanta gente, falou o contratante de pistoleiro.
Observação: O colunista Adaelson Alves Silva é piritibano e atualmente ele reside no Estado do Paraná, onde é médico nefrologista. Ele está produzindo uma série de crônicas para o Blog do Adenilton Pereira que serão publicadas sempre à s terças-feiras. A colona produzida por Dr. Adaelson tem o nome de “Um Dedo de Prosa”.
Fonte: Blog do Adenilton Pereira
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