Dono de uma história de mais de 20 anos dentro do futebol amador da Bahia , o Coiteense Zé Carije, treinador campeão do Campeonato Intermunicipal do ano passado com a Seleção de Itaberaba, falou com exclusividade para o Blog do Adenilton Pereira nesta sexta-feira(13/01), onde abordamos diversos assuntos.

Como jogador, Zé Carijé conquistou o Intermunicipal três vezes(2005 – 2006 – 2007) vestindo as cores de sua cidade, Conceição do Coité. Como treinador, seu primeiro desafio foi em 2014, quando levou a Seleção de Santaluz ao vice-campeonato. Em 2015 comandou os Selecionados de Ibiratai, onde ficou entre as 10 melhores. Em 2016, pela Seleção de Itaberaba foi campeão.
Confira o bate-papo na íntegra a seguir:
Adenilton Pereira: Na sua opinião, o que levou a Seleção de Itaberaba ao título do Intermunicipal?
Zé Carijé: O que leva um time, seja em qualquer esfera do futebol, ao título é sempre uma série de fatores. No nosso caso, por exemplo, posso citar alguns: Começando pelo investimento, feito contratando um elenco muito qualificado, com jogadores conhecidos que já ganharam essa mesma competição em outras oportunidades a exemplo de João Carijé, Jr. Ventura, Pitchaco, Inho Gambirra e Gilmar e mesclando com jogadores novos, mas com muito pontecncial como o lateral Lucas, Tobinha, Igor Tanquinho, o goleiro Lupitinha e outros.
Toda estrutura e condições de trabalho foi dada pela Liga juntamente com o poder público para que nós da comissão justamente com esse elenco pudéssemos desenvolver um trabalho sério, com muita dedicação e comprometimento de todos. Trabalho esse, feito bem próximo do profissionalismo além de outros fatores como a união, força de vontade, o entrosamento e um pouco de sorte.
Adenilton Pereira: Qual(ou quais) jogador(res) você destacaria na Seleção de Itaberaba com potencial para, de repente, chegar a um clube profissional?
Zé Carijé: Como já falei tinhamos um elenco muito qualificado, mas se tratando de profissional, claro que alguns já tem uma idade avançada, outros já foram profissionais e fizeram reversão de categoria mas também tínhamos jogadores muito bons que querendo jogam em qualquer equipe profissional do interior da Bahia tem totais condições. São eles:
LUCAS – lateral direito, 21 anos, que inclusive foi da Jacuipense;
INHO GAMBIRRA – volante, 24 anos;
LUPITINHA – goleiraço, 21 anos, 1,90 m de altura, teve na base do Náutico, muita personalidade;
IGOR TANQUINHO – atacante, 24 anos, que apesar de pouca estatura tem muita impulsão, velocidade e presença de área, com boa finalização;
WILLIAM – volante, 23 anos, bom passe, boa pegada.
Todos esses teem perfis técnicos pra jogarem profissionalmente caso queiram.
Adenilton Pereira: Em algum momento do Campeonato você viu o título ficar distante?
Zé Carijé: Futebol é muito complexo, cada um ver de uma forma! Na minha concepção cada jogo é uma história e só poderá ser analisado após o final de cada partida. Tivemos alguns jogos mais difíceis como contra Santaluz fora, onde perdemos por 1×0 e contra Itabela, onde empatamos em casa(0 x 0) com 1 jogador a mais! Só que nada que nos fizéssemos desacreditar! Para mim resultados normais pelo alto nível das equipes e por serem semifinal e final.
Adenilton Pereira: Qual a tática para vencer Itabela no último jogo, haja visto que o time tinha uma boa campanha tanto em casa quanto fora?
Zé Carijé: A tática foi a mesma usada no nosso 17 jogos anteriores(risos). Tínhamos um esquema definido e treinado por muito tempo, então esperamos eles tomarem a iniciativa pelo fato de estarem em seus domínios. Fizemos um jogo de muita pegada e ciente de que teríamos no erro deles o espaço que não tivemos no primeiro jogo, devido a retranca e o anti-jogo praticado por eles. Tínhamos um time com condições de jogar de igual para igual com qualquer outra seleção, além do mais nossa campanha era tão boa quanto a de Itabela com 17 jogos, 15 vitórias, 1 empate e 1 derrota. A diferença até então era 1 gol de saldo a mais pra eles.
Adenilton Pereira: Sobre a sua carreira, como já noticiamos aqui, você tem conversa para ser auxiliar técnico do Jacobina. Em que pé anda a negociação?
Zé Carijé: Olha, já estou no Jacobina! Foi o jogo domingo, a comemoração na segunda e na terça já estava viajando. Sempre tive o interesse de fazer parte da comissão técnica do Jacobina no intuito de aprender e pegar uma visão, uma experiênciazinha do futebol profissional, quando soube que seria Salles o treinador esse desejo aumentou, pois é um cara que sigo seu trabalho a anos, um cara sério e comprometido no que faz e muito estudioso do futebol. As referências que tinha dele era as melhores possíveis. A dúvida era se ele aceitaria um amadorzão lá (risos)
Adenilton Pereira: Existe algum jogador de Itaberaba que pode ir parar no JEC com vc lá? Você deve indicar alguém?
Zé Carijé: Olha, como frisei anteriormente, tínhamos atletas com perfil técnico para isso, porém cabe a diretoria, com aval de Salles, contratar ou não! Alguns dos diretores acompanharam nossa seleção de perto e puderam ver alguns desses atletas. Cabe a eles julgar se servem ou não no momento. Eu aqui sou apenas um membro da comissão, não tenho poder pra tal, principalmente porque eles, diretores, viram os jogadores em ação.
Adenilton Pereira: Qual seu grande objetivo no momento: seguir carreira no profissional ou ficar no amador, onde você é visto como um cara de sucesso?
Zé Carijé: Eu não sou um sujeito ambicioso, portanto deixo as coisas acontecerem naturalmente! Minha pretenção para agora é, como falei anteriormente, pegar uma visão do profissional, dos métodos usado, aprender e ter uma experiência a esse nível. Certamente, após aqui(o trabalho no JEC) voltarei para o Intermunicipal.
Adenilton Pereira: Você se sente preparado pra dirigir um time profissional, onde a pressão é bem maior?
Zé Carijé: Pela pressão não teria dificuldades, pois a pressão existe em qualquer lugar, porém por outros fatores não me sinto preparado para esse nível! Tenho que observar, aprender, estudar o futebol, fazer alguns cursos e etc.. Se isso acontecer pode ser que daqui uns 4 ou 5 anos se aparecer uma oportunidade em alguma equipe eu encare, mas
Agora não.
Adenilton Pereira: Como você ver essa nova safra de treinadores que está surgindo no Brasil? Você se ver como um deles?
Zé Carijé:Vejo com bons olhos, por isso citei a pouco os fatores estudar, aprender e tal, pois a nova geração de treinadores tão baseados nisso(estudos) então o convívio, o fato de ter sido jogador, a experiência de trabalho tudo isso vai te ajudar mas também é preciso o estudo pra você se sobresair melhor.
Adenilton Pereira: Muito obrigado pelo bate-papo e deixo aqui o espaço livre para sua considerações finais.
Zé Carijé: Valeu mesmo! Eu que agradeço e aproveito para também desejar um 2017 de muita Saúde , Paz e Amor a todos os leitores do Blog. “Brigadão”.
Por Adenilton Pereira


